Hoje senti saudades de mim. Sim, de mim! Senti saudades do passado, de pessoas do passado, da pessoa que fui, que se transformou e se transforma diariamente.
Senti saudades dos meus primeiros anos no Rio de Janeiro, morando em um pensionato. Eu subia até o terraço do prédio só para ver estrelas. Devo ter sido uma pessoa bem incomum, porque quando foi necessário convencer uma amiga a ir ao terraço, pois havia uma festa surpresa lá, usei o argumento das estrelas cadentes. Todos devem olhar para o céu no aniversário e procurar estrelas cadentes para fazer um desejo! Ela se convenceu, e não suspeitou da festa. E disseram que vindo de mim, essa era uma frase e um comportamento normal!
Conheci pessoas maravilhosas, briguei com essas pessoas, fiz as pazes. Tive momentos em que perdi a paz, e a procurei na igreja, no silêncio e na brisa da praia vermelha, na corrida na praça pela manhã, no choro durante o desespero da sensação de estranheza e vazio interior! Descobri que amar requer um esforço grande do ser humano. Descobri minha paz no amor à vida.
Descobri que sinto falta do terraço. Descobri que mudei muito, mas ainda sou capaz de procurar estrelas cadentes no céu.
Ainda estou aprendendo a amar. E as estrelas, elas acalmam a alma, brilham, dando o tom da lição de amor. Porque o infinito encanta, e assim é o amor, infinito e encantador.